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  • Foto do escritorOrlando Coutinho

'Ah, mas são verdes!'


Este artigo, de minha autoria, foi originalmente publicado no Jornal de Guimarães a 25 de Outubro de 2023.

Guimarães não se apresentou suficientemente “madura” para albergar o título de Capital Verde Europeia um distintivo organizado pela Comissão Europeia que reconhece e premeia os esforços locais para melhorar o ambiente e, consequentemente, a economia e a qualidade de vida nas cidades.

Sem autoflagelações, o facto de Guimarães ter estado na poule final de cidades que disputaram o “award”, comtempla méritos que o líder da alternativa política ao atual poder, Ricardo Araújo, soube reconhecer.

Contudo, este prémio tornou-se numa espécie de “fetiche” para os lados de Santa Clara.

Sem querer saber dos méritos e fragilidades da candidatura, qual o caminho a percorrer e, no fundo, o que teremos pela frente para nos tornarmos ambientalmente sustentáveis – sem perdermos a competitividade económica – o Município apressou-se em anunciar a apresentação nova candidatura para 2026.

Esta “sede ao pote”, mais do que a preocupação ambiental que deveria estar inerente a um projeto desta dimensão, que contempla uma aturada transição de processos que deverá envolver toda a comunidade mais do que os “gabinetes” é um reconhecimento por parte dos socialistas da necessidade de terem algo palpável para apresentar ao eleitorado vimaranense nas próximas autárquicas. De forma insuspeita foi, igualmente, portadora desta mensagem a ex-deputada ecologista Prof.ª Mariana Silva sublinhando a precipitação deste processo repetente.

Em vez do malfadado Ministro (do desinvestimento) da Educação, a empresa municipal Vitrus – eixo fundamental num processo que exige o seu envolvimento direto para cumprimento das responsabilidades que lhe estão acometidas pela Câmara em matéria ambiental – podia convidar para os seus “Talks” e reflexões públicas Luís Cirilo. Este ativo vimaranense, com uma vasta experiência política, acompanhou um processo estruturante em matéria ambiental no Município de Gaia, quando, o então Presidente de Câmara colocou como desígnio ambiental dotar de bandeira azul todas as praias daquele concelho. O processo demorado, aturado, mas consistente e bem-sucedido, bem podia ser farol, como “case study”, dos segredos e detalhes que uma transformação estrutural que envolve indústrias, instituições públicas, sociais e privadas e a comunidade dos cidadãos em geral, comporta. Mas o “orgulhosamente sós” do PS tem-nos conduzido, inevitavelmente, à condição de “aluno repetente”. 

Por cá, vivemos para o “glamour”, para as TV´s, para as megalomanias, das glórias passadas e sem uma sólida e aberta visão do futuro, nesta, como noutras matérias.

 É bem verdade quando se diz que não resolvemos um problema insistindo na mesma receita.

Falta, pois, saber se – enquanto comunidade – estaremos dispostos a fazer a transformação deste “ambiente político”. Por uma questão de salubridade!

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