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  • Foto do escritorOrlando Coutinho

Imobilismo


Este artigo, de minha autoria, foi originalmente publicado no Jornal de Guimarães a 29 de Novembro de 2022.

A discussão em torno da mobilidade em Guimarães e do concelho para fora dele, tem episódios interessantes que merecem uma nota reflexiva.

O PSD de Ricardo Araújo surge na dianteira com ideias claras. São necessárias soluções de transporte público de qualidade e rápidos da cidade para todos os pontos do concelho com gratuitidade para jovens até aos 25 anos e para maiores de 65. Com isto ganham os cidadãos em tempo e dinheiro. O ambiente e a mobilidade urbana. Fomenta-se esta utilização junto das novas gerações para consolidar a mudança de paradigma. Combate-se o isolamento dos mais velhos que ganham em mobilidade. Lisboa, de Carlos Moedas, já o faz e há mais cidades europeias com esta aposta social e ambientalmente responsável. Além disso, Guimarães não pode ficar de fora da linha de Alta Velocidade que ligará Portugal a Espanha e consequentemente à Europa.

Sobre esta clarividência, o PS de Guimarães, pasme-se, tem três posições distintas! Duas dimanadas da Comissão Política de Ricardo Costa e outra, ainda, do Município; um verdadeiro “catch all party”! Vejamo-las. Uma sufragada pelo Conselho Municipal de Educação que, para fazer a distinção com a do PSD, diz que a gratuitidade até aos 25 anos é demais; ou seja, os estudantes de Mestrado e Doutoramento do nosso polo da UM não interessam na visão futura de cidade do PS. Uma outra que diz, a gratuitidade depois dos 25 anos e até aos 65 é que se justificava porque é a faixa etária que usa mais a viatura individual; mais um modo original de se distinguir do PSD sem saber como. Por fim, a do Município que - falando da alta velocidade (já que a Comissão Política do PS sobre isso nada diz) – vota contra tudo, escudada numa decisão política (com roupagem académica pelo “técnico” do costume), desculpando o Governo da República, do PS por sinal, por se ter esquecido de Guimarães na Alta Velocidade e pede aos vimaranenses que vão de autocarro para Braga e de lá apanhem, depois, o comboio.

Além de ter parado no tempo, o PS local condena a cidade ao imobilismo e à resignação como cidade competitiva no eixo do quadrilátero Braga/Barcelos/Famalicão/Guimarães e circundante à Área Metropolitana do Porto, perdendo, por exemplo, para Santo Tirso. Pior, pela primeira vez em décadas, o PS deixou de ter uma ideia de cidade estando somente a gerir as crises políticas internas.

A única mobilidade que se discute no PS é a das heranças. Quem vai para onde depois de Bragança? Adelina já disse: a candidata tem de ser mulher: ela ou Sofia? Logo se vê. Paulo Lopes Silva apontou-se como alternativa nas mais recentes eleições internas. A sombra do Deputado da Nação continua a pairar e note-se que colocou em Santa Clara quem quis. Tudo querelas partidárias que fazem perder tempo sobre o essencial: Guimarães.

Para o comércio, para a indústria, para o turismo, para a distribuição e para a qualidade de vida, a política de transportes de um Município afigura-se como estruturante. O resultado das reflexões sobre o modelo de cidade/concelho ditarão no futuro o que hoje se pensa e, como já vimos, não faltam ideias aos incumbentes!

A menos que os vimaranenses se habituem a uma “morte lenta”, o PSD - enquanto motor alternativo na política local – não tem, para 2025, especiais responsabilidades; só uma, por assim dizer: juntar as forças democráticas locais, formar uma boa equipa e preparar-se para governar.

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