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  • Foto do escritorOrlando Coutinho

Sociedade Decente


“Por uma sociedade decente – Começar de novo vai valer a pena” é o título de um livro do Professor Eduardo Paz Ferreira. Tenho a primeira edição – de 2016 da Marcador Editora – cuja a leitura terminei há cerca de dois anos.

Trata-se de um livro bem estruturado que fala sobre a sociedade globalizada e a perda de alguns daqueles que eram tidos como valores socialmente construídos no pós-segunda grande guerra.

Aliás, o autor, dedica o primeiro capítulo a uma síntese do que resta – setenta anos depois – daquilo que designa como “espírito de 45”. Avança sobre a ascensão e a crise do Estado Social, para percorrer os caminhos das redes sociais e o que com elas está a mudar no paradigma da perceção social; a relação dos Estados com os cidadãos e as diversas organizações sociais e económicas, são também abordadas, bem como, a crise do sindicalismo e a degradação das leis de proteção laboral. Fala, sem poeiras, sobre as desigualdades, as sociedades de consumo e a glorificação dos mercados.

É um livro com cariz apologético já que, o autor, além de concluir com propostas para “começar de novo”, introduz, “ab initio”, as motivações deste escrito: “pelo desgosto com muitos aspectos da sociedade actual e pela minha convicção de que é necessário construir uma sociedade decente”.

A anterior afirmação, justaposta à invocação da memória de Salgado Zenha e Silva Lopes, fizeram-me – à época – comprar e ler o livro.

Ensinou-me, contudo, o meu distinto professor de português do secundário – Alfredo Magalhães – a nunca desligar a obra do autor, para melhor aferir o “perfil literário”.

Já trauteava Cartola que “a vida é um moinho” e o ano de 2019 foi mais pródigo no conhecimento do autor, para lá do perfil académico a que me tinha atido. Segundo o ex-candidato à Presidência da República, Paulo Morais, no blog Portugal Glorioso, Eduardo Paz Ferreira – marido da Ministra da Justiça – fez um negócio ruinoso para Portugal com a concessão do Porto de Sines, (ver aqui) para além da sua benevolente “vista grossa” na Caixa Geral de Depósitos (ver aqui) onde tinha a missão de fiscalizar e como vimos na Comissão Parlamentar de Inquérito, “meteu os pés pelas mãos”.

A ser verdade o que se diz do autor – e todas as evidências desaguam aí – o aforismo “bem prega Frei Tomás, olha para o que ele diz e não para o que faz” aplica-se na perfeição, para desilusão dos leitores que até viram virtuosismo académico e também algum de cariz político-social no escrito.

Mas o livro, reitero, está bem escrito, daí que – quem tenha curiosidade em ler – deva esquecer o autor…

Bem Vistas as Coisas, a decência, mais do que proclamativa – faz-se.

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