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  • Foto do escritorOrlando Coutinho

Utopia para Realistas


Quando John Rawls lançou as bases para o que se viria a chamar a “democracia de proprietários”, mais não fez do que pôr em debate se o “capitalismo de bem-estar”, no seu paradigma redistributivo estaria, ou não, a cumprir o modelo mais reto e equilibrado na relação do Homem com o capital - o humano, em primeira linha e o “físico”, ancorado com aquilo que com ele se pode fazer em termos de organização de sociedade; ou se, por outro lado, se deveria pensar num modelo pré-distributivo em que os cidadãos, senhores de si, potenciariam as qualidades que melhor dispunham.

Mas esta curta reflexão não visa ocupar-se daquele que foi, talvez, o maior tratado de Filosofia Política do século XX, Uma Teoria da Justiça. A ele iremos noutra ocasião. Já no século XXI, com jovens promissores pensadores, surge – por Rutger Bregman – Utopia para Realistas.

Este livro é uma defesa livre e escorreita do Rendimento Básico Incondicional, teoria que defende que cada cidadão, pelo simples facto de existir, dever ter direito a um rendimento que lhe permita a sobrevivência em condições de dignidade independentemente do que a ele somar com o seu trabalho.

Rutger Bregman, fundamenta – em dez argumentos – a sua proposição, alavancando-a com a necessidade de as sociedades globalizadas regressarem à crença humana nos sonhos (utopia), de travar a pobreza, de reduzir o trabalho humano contrapondo-o com o das máquinas, cada vez mais concorrenciais com o primeiro e de como -no século passado – os conservadores americanos, no consulado de Nixon, quase implementavam esta valência.

A edição cá de casa é a primeira em português datada de janeiro de 2018 pela Bertrand. Lê-se rápido e bem, dada a descomplexidade linguística do autor muito talhado para a fluidez argumentativa.

Bem Vistas as Coisas, é preciso pensar-se humano num mundo de máquinas.

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