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  • Foto do escritorOrlando Coutinho

Vitória é nosso!

Atualizado: 9 de jul. de 2023


Sou um "Vitorino". Tornado vitoriano mais por razão do que paixão; essa veio depois. Não posso negá-lo, porque quem é meu amigo sabe-o de há longa data. Fui dirigente do Vitória, numa altura de emergência, em que o apelo feito era o de salvar a instituição e diziam-me que - pelo serviço sociopolítico que exercera até então na cidade - o meu nome era agregador. Aceitei dizendo as minhas limitações. Não enganei ninguém. O meu amor à cidade era demasiado e - sem querer, ou então por querer (nem sei bem) - transferiu-se para o clube. Não tenho com o futebol um amor de tipo matrimonial (o único e sem traição; simpatizo com vários, nacionais e estrangeiros), é mais de tipo filial (quero às minhas filhas por igual). No entanto o amor à cidade sobreleva e por isso quero que o Vitória ganhe sempre, sobretudo se for melhor. E quero que o seja, até no exemplo social. Foi por isso que me tornei sócio, participante na comunidade vitoriana (sem nenhuma pretensão; não quis ser dirigente, somente o fui pelo apelo e por saber o relevo do clube para a afirmação de Guimarães e o meu desprendimento é e sempre foi total: não quero voltar a sê-lo, sobretudo porque penso que não mais poderei ser útil; e isso é só - muito bom, porque quer dizer que o VSC estará em boas mãos, ou seja, a dos sócios e da comunidade, isto é, dos que são Vitorianos genuínos desde sempre que não conheceram senão esta "dama", que é vista em justaposição à cidade e não como um negócio - porque, claro, há-os, que se dizem de primeira água, mas que venderiam o VSC a um qualquer magnata com uma vã promessa de glória, quando essa glória - se percebi bem a antropologia da comunidade vitoriana - são tão somente os sócios e os grandes jogadores que estes reconhecem como seus: Paulinho, Jesus, Flávio, Neno, Edmur e podia continuar... Toda esta retórica tem um propósito. Pedir desculpas a um grande amigo de infância: Ricardo Almeida. Tinha-lhe prometido o voto nas últimas eleições. E estava convicto de o ir fazer. Tudo indicava que o candidato Miguel Cardoso, lista que ele acompanhava, ia dizer, "preto no branco", que o grande objetivo do seu mandato ia ser devolver o VSC à comunidade vitoriana e com isso à cidade. Dias antes, esperava a clarificação. Não veio. Pinto Lisboa (que não conheço, estou por isso à vontade para o dizer) disse com todas as letras "a minha prioridade é recuperar a maioria da SAD para o clube". Cardoso manteve-se ambíguo. No dia do voto, pesou-me a consciência, face à promessa; mas não tinha opção. Fui e votei com os meus princípios e convicções: votei no atual Presidente do Vitória: Pinto Lisboa. Era o homem que - se cumprisse o prometido - iria devolver um princípio sagrado à instituição: a democracia. O Vitória ia ser do povo, dos vitorianos (fala-vos um acionista da SAD - essa que era a solução única em determinado momento da história para entrar dinheiro para salários e salvar o emblema da insolvência) o VSC seria de quem sempre foi com genuinidade: dos sócios, como tal dos Vitorianos. Hoje, porque permaneço na comunidade vitoriana por opção, ou melhor, por devir, sinto o mesmo que a conquista de um campeonato; sim, um daqueles que adorarei, em vida, ver o Vitória ganhar em campo. Quem é do Vitória, mais que do dinheiro globalista, sentirá hoje o mesmo, afinal o clube adquiriu a maioria do capital da SAD. Os outros, "mais genuínos" que eu, manter-se-ão indiferentes. Mas, enquanto "andar por aí" (não por razões políticas ou académicas, como alguns aventaram para ressoar um desvergonhamento de quem não foi lá senão para se servir - antes por reserva) procurarei defender o emblema; sem bicos de pés e sem querer nada com isso que não a defesa da instituição e com ela de Guimarães. Mário Ferreira é tão "Vitori(a)no" quanto eu e outros tantos que se apegaram à causa. Claro que ele com grande dimensão, porque teve condições materiais para efetivar essa abnegação. Uma justa homenagem era pô-lo como honorário, embora fosse pouco, já que a própria cidade lhe deve muito. Luís Cirilo, que me perdoará se disser que o vi no Jamor "com uma lágrima no canto do olho", naquela que apelidou da "mais bela tarde Vitoriana", talvez não se importe se disser que - hoje - o Vitória deverá celebrar como naquele dia. Tudo por que:

Bem Vistas as Coisas, o Vitória voltou aos sócios. Viva o Vitória! Viva Guimarães!

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